Woodrow
Wilson da Matta e Silva nasceu em Garanhuns, Pernambuco, em 28 de julho de
1917. Veio pra o Rio de Janeiro aos 5 anos de idade. Entre 12 e 13 anos passou
a viver fenômenos pré-mediunicos (visões). Sua primeira manifestação mediúnica
ocorreu aos 16 anos com a incorporação de Pai Cândido. Nessa época, era
auxiliar de redação de um periódico carioca e morava no centro do Rio de
Janeiro, numa república perto da Light.
Todas as quintas-feiras realizava pequenas
sessões, junto de Pai Cândido, para atender a comunidade da república. Muitas
vezes fazia programas para quinta-feira, porém Pai Cândido se manifestava
mostrando ao médium a sua tarefa para com o ser humano, que aguardava a
quinta-feira para ser atendido.
Aos 17 anos começou a visitar vários
terreiros de Umbanda em busca de um lugar para trabalhar. Pai Cândido, no
entanto, pedia paciência e lhe dizia que iria ter o seu próprio terreiro.
Aos 21 anos foi morar na Pavuna onde
montou seu primeiro Terreiro (pequenino como sempre). A partir de 1954, Pai
Guiné começa a direcionar sua vida mediúnica. Nessa época, recebe desse
“Preto-velho” a mensagem “Sete Lágrimas de Pai Preto”, que seria um dos marcos
da renovação da Doutrina Umbandista.
Mostra
a realidade do dia-a-dia de um Terreiro e as diferentes consciências que a ele
vão, em busca de auxilio espiritual.
Nesse ano passou a escrever para o Jornal
de Umbanda (já citado anteriormente) localizado à Rua Acre, 47 – 6º andar –
sala 608.
Iniciou também a obra que viria a
transformar as coisas da Umbanda de todos Nós. Nessa época teve várias visões
mediúnicas (transes) em que se via um Velho Payé que folheava um grande livro e
junto dele, um Colegiado de Mentores Espirituais que discutiam da oportunidade
do lançamento do livro. Decidiu-se então, que o momento era chegado e, em 1956,
essa portentosa obra era trazida a público.
Umbanda de Todos Nós foi lançada em edição
paga pelo próprio autor, através da Gráfica e editora esperanto, a qual se
situava na época, à Rua General Argolo, 130, Rio de Janeiro. A primeira edição
saiu com 3.5000 exemplares e rapidamente se esgotou. A partir da segunda edição
a obra foi lançada pela Livraria Freitas Bastos, a mesma que até hoje reedita
suas obras.
Umbanda de Todos Nós agradou a milhares de
umbandistas, que nela encontraram os reais fundamentos em que se poderiam
escudar, mormente nos aspectos mais puros da Doutrina Umbandista. Por outro
lado, este livro incomodou muita gente encarnada e desencarnada ligada ao baixo
astral, principalmente os pseudo-líderes umbandistas daquela época e de todas
as épocas, interessados na venda de ilusões e outras coisas.
O combate incessante sobre a obra serviu
apenas para promovê-la. Esse fato desencadeou a fúria dos seus inimigos que
passaram a atacar Matta & Silva através de baixa magia. Nessa luta astral, as
Sombras e as Trevas utilizou-se de todos os meios agressivos e contundentes que
possuíam, arrebanhando para suas fileiras de ódio e discórdia tudo o que de
mais nefando e trevoso encontrassem, quer fosse encarnado ou desencarnado.
Essa perseguição atingiu sua esposa e seus
filhos Ubiratan e Eluá. Muitas vezes sentiu-se balançar. Mas não caiu. A
maioria de seus perseguidores recebeu segundo a Lei... Esses fatos causaram
muita decepção ao Mestre, que recebeu permissão do astral para um pequeno
recesso afim de restabelecer suas forças.
Várias vezes o Mestre comentou que só não
tombou porque Oxalá não quis... Após o recesso, o Pai guiné assumiu toda a
responsabilidade pela manutenção e reequilibrio astrofísico de seu Filho, para
logo orientá-lo na escrita de mais um livro. Através da Editora Esperanto
lançou umbanda – Sua Eterna Doutrina, que aborda conceitos esotéricos e
metafísicos nunca expostos. Esta obra agradou em cheio aos estudiosos e
intelectuais, porém passou um pouco desapercebida pela grande massa umbandista
da época, inclusive aos seus “lideres”.
Para complementar e ampliar os conceitos
tratados em Sua Eterna Doutrina ,
Matta e Silva lançou, pouco tempo depois, a obra Doutrina Secreta da Umbanda
que também agradou a milhares de umbandistas.
Apesar de suas obras serem lidas e
estudadas pelos adeptos e estudiosos do Ocultismo, seu Santuário em Itacuruçá
era freqüentado pelos simples e humildes que nem desconfiavam ser o Velho Matta
um escritor de renome no meio umbandista.
Em seu santuário junto à natureza, Matta e
Silva escreveu outra de suas importantes obras chamada: Lições de Umbanda e
Quimbanda na Palavra de um Preto-Velho, obra mediúnica que apresenta um diálogo
edificante entre um Filho-de-Fé, Cícero (Cícero Faria de Castro, médico e
estudioso) e a Entidade espiritual que se diz Preto-velho (Pai Guiné). Esta
obra apresenta uma maior facilidade de entendimento para grande parte dos
umbandistas.
A Choupana do Velho Guiné, em Itacurussá
estava lotada quase todos os dias. Lá eram atendidas pessoas de Itacuruçá e das
mais longínquas regiões do Brasil. Lá, os dramas do ser humano eram tratados á
Luz da Razão e da Caridade. Durante 10 anos o Velho Matta atendeu pessoas da
região e das ilhas próximas, ministrando remédios da flora local e alopatias
simples que ele mesmo comprava quando ia á cidade do Rio de Janeiro.
Seguindo sua tarefa missionária, Matta e
Silva escreveu sua quinta obra com o título de: Mistérios e Práticas da Lei de Umbanda
que relata de forma simples e objetiva as raízes míticas da Umbanda,
aprofundando-se no sincretismo dos Cultos Afro-Brasileiros. Em seguida surge à
sexta obra chamada Segredos da Magia da Umbanda e Quimbanda que aborda a magia
Etéreo-Física e revela de maneira simples e prática determinados rituais
seletos da Magia de Umbanda.
Sua sétima obra, Umbanda e o Poder da
Mediunidade explicam como e porque ressurgiu a Umbanda no Brasil, mostrando as
verdadeiras origens da Umbanda. Explica ainda, ângulos importantíssimos da
Magia.
Muitos pedidos dos simpatizantes e adeptos
de suas obras fizeram com quem Matta e Silva lançasse em 1969, o livro que
sintetizava e simplificava os sete anteriores. Esse livro recebeu o nome de:
Umbanda do Brasil e esgotou-se em seis meses. Em 1975, o Grande Mestre lançava
sua última obra com o nome de Macumbas e Candomblés na Umbanda. Esse livro
registra as vivências místicas e religiosas dos chamados Cultos
Afro-Brasileiros, mostrando os graus consencionais dos adeptos e praticantes
dos vários níveis da Umbanda Popular.
Para facilitar o estudo de suas obras,
Matta e Silva as classificou da seguinte maneira:
1º
grau – Mistérios e Práticas da Lei de Umbanda;
2º
grau – Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto-Velho;
3º
grau – Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda;
4º
grau – Umbanda e o Poder da Mediunidade;
5º
e 6º graus – Umbanda de Todos Nós;
7º
grau – Sua Eterna Doutrina e Doutrina Secreta da Umbanda.
Segundo a Sagrada Corrente Astral da
Umbanda, seus livros levarão mais de 50 anos para serem completamente
assimilados e colocados em
prática. As obras de Matta e Silva preparam, ajustam e
apontam para a Umbanda do 3º milênio.
Segundo alguns relatos conta que ele era
muito humano e totalmente avesso ao endeusamento e a mistificação de sua
pessoa. Era muito sensível e de personalidade firme, acostumado que estava a
enfrentar os embates da própria vida... Era inteligentíssimo! Tinha os sentidos
aguçadíssimos...Mas era um profundo solitário, apesar de cercarem-no centenas
de pessoas. Seu Espírito voava, interpenetrando em causas o motivo das dores,
sofrimentos e mazelas várias...
A todos tinha uma palavra amiga e
individualizada. Não tratava casos, tratava Almas... e, como tal, tinha para
cada pessoa uma forma de agir, segundo o seu grau consciencional próprio!
Sua cultura era exuberante, mas sem perder
a simplicidade e originalidade. De tudo falava, era atualizadíssimo nos mínimos
detalhes... Discutia ciência, política, filosofia, arte, ciências sociais, com
tal naturalidade que parecia ser Mestre em cada disciplina. E era!...
No mediunismo era portentoso.. Seu pequeno
copo da vidência, parecia uma televisão tridimensional. Em conjunto simbiótico.
Com Pai guiné ou Caboclo Jurema, trazia-nos mensagens relevantes e reveladoras,
além de certos fenômenos mágicos. Seu santuário denominava-se TENDA DE UMBANDA
ORIENTAL (T.U.O.) verdadeira Escola de Iniciação de Umbanda Esotérica de
Itacurussá, na Rua Boa Vista, 177 no bairro Brasilinha.
Itacurussá significa “A TERRA DA PEDRA DA
CRUZ SAGRADA”, e neste local privilegiado pela natureza, se localiza a Tenda de
Umbanda Oriental em humilde prédio de 50 m2 . Sua construção, simples e pobre, era
limpa e rica em assistência astral. Era a verdadeira Tenda dos Orixás.
Durante 50 anos de mediunidade, Matta e Silva
nunca se curvou aos ataques dos encarnados e desencarnados do baixo astral. Sua
palavra e sua pena foram armas fiéis defensoras da verdadeira Umbanda. Com elas
(verdadeiros chicotes) vergastou o vigarismo organizado, os vendedores do “conto
do orixá”, os vaidosos mistificadores e os fanáticos que proliferam no meio
umbandista.
O “Velho Matta” desencarnou em 17 abril de
1988, em
Jacarepaguá. Durante 25 anos visitou mais de 600 Terreiros
para poder relatar, em suas obras, o que se passava no seio do Movimento
Umbandista. Trouxe à Luz a Umbanda Esotérica que, infelizmente, é praticada na
atualidade por poucos Terreiros, mas que, segundo o Astral Superior, se
instalará definitivamente no meio umbandista a partir deste milênio.
Do astral ou encarnado, Matta e Silva
continuará a sua grandiosa tarefa em prol do ressurgimento do AUMBANDAM.
Amigos, se você pensa que a Umbanda de
verdade é essa manifestação ruidosa da massa, que grita, baba, bebe, berra e se
contorce de charutão e cigarro de palha na boca, ao som ensurdecedor dos
atabaques (ótimos veículos para estimular o animismo vicioso), não leia as
obras de Matta e Silva porque sua decepção será muito grande. Porém, se o grau
consciencional lhe permite ver adiante e saber que a verdadeira Umbanda está
acima de tudo isso, chegou o momento de adquirir as obras do “Velho e Sábio
Mestre’ e começar a levantar os véus da SENHORA DA LUZ VELADA”.
Apesar de não nos termos encontrado na
presente encarnação, agradeço ao Astral por ter permitido que eu conhecesse as
suas obras e o seu filho Jairo Nilton Pinto de Souza. Espero ser um digno
divulgador dos vossos portentosos conhecimentos.
SARAVÁ, AVÔ MATTA!
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