segunda-feira, 16 de junho de 2014

Os Sete Veículos do Espírito!





Os Sete Veículos do Espírito 


Segundo Pai Guiné d' Angola "essa questão de se definir ou denominar os seres desencarnados como espíritos, está mal situada...  


Também o faço assim, porque todos o fizeram e esse hábito está muito arraigado. No entanto, o ser que desencarna, livrando-se do corpo físico apenas, não vai ficar livre de outros veículos, isto é, não fica em sua condição de origem, espírito puro. Não firmei doutrina a respeito, todavia, porque iria baralhar os entendimentos já acostumados na classificação genérica. 


Assim devo situar a questão dizendo que o espírito puro (sem nenhum veículo), esse desconhecido, ao tomar contato com a natureza matéria ou energia-massa, teve que construir, para seu uso e adaptação a essa mesma natureza, 7 veículos. Um vai ser denominado de "corpo"psíquico, somático-carmânico, de ligação indireta, que existe em relação ao Ser, quer encarnado, quer desencarnado; 4 (que vão ser denominados, pela ordem, como - "corpo" ou alma do espírito, "corpo" mental, "corpo" astral puro e "corpo"ou elemento-vital) que são fixos, efetivos, quer no desencarnado, quer no encarnado; 2 (que vão ser denominados de condensador-etérico e corpo denso ou físico) que são ligados no ser, somente quando encarnado.  


Porque o espírito não é veículo de coisa alguma, a não ser do Verbo de Deus-Pai." 


Sendo assim, apresentamos as principais definições e características dos sete veículos do espírito: 


1º Veículo - Psicossomático kármicânico: esse um, dito como de ligação indireta e que já denominado como o seu "corpo" psíquico, somático-karmânico, é o primeiro veículo. É composto de certos estados ou combinações da substância-una, essa que é composta de partículas ou dos corpuscúlos primordiais, antes de se consubstanciarem em átomos propriamente ditos. É o "corpo" de aferição de causas e efeitos - o seu regulador. Não tem ligação direta com o espírito carnado ou desencarnado, salvo casos especiais. 


Esse corpo somático tem ligação essencial com o ser ou criatura, porém esta afastado dele. Existe como seu arquivo-atral cármico em determinada zona cósmica e circunscrita à faixa vibratória do planeta Terra. É através desse "corpo", dessa "placa fluídica",que se processam as imantações ou os registros das aquisições positivas e negativas das criaturas, que vem pela corrente eletromagnética, e age como canal natural das vibrações próprias a essas criaturas, plasmando, imprimindo ou arquivando as variações do seu karma, pela soma das ações ou da evolução que alcançou em cada encarnação, ou seja, decorrente de cada personalidade. 


2º Veículo - Alma do Espírito: é a primeira expressão essencial imantada ou de objetivação direta. Composto da mesma substância-una, em combinações de elementos primordiais formativos de alma, que passa a ser subtância-psíquica, ïnvólucro" sutilíssimo da individualidade latente ou Consciência real. Pode ser denominado corpo Causal...sendo como é, o primeiro plasmador ou condensador das vibrações diretas do espírito. 


3º Veículo - Corpo Mental: ou 2º aspecto de Alma-pensamento de ligação-humana direta propriamente dita, expressão manifesta da exteriorização. Aspecto mais objetivo da substância una, ainda antes de consolidar átomos, propriamente ditos. Sede eletiva do raciocínio. Transmissor das vibrações-pensamentos. Plasmador de Personalidades... 


4º Veículo - Corpo Astral Puro: terceira expressão manifesta ou constituída. Sede ou transmutador de sensações, desejos, paixões, etc. Influenciador direto do sistema nervoso central e vago-simpático. Ainda é composto de combinações de substância-una - de dinamizações mais "grosseiras", pórem,  não dos citados átomos. Grande mediador dos três princípios de ligação-direta (inclusive ele). É conhecido como períspirito. É o canalizador das vibrações mentais para os veículos inferiores, ou seja, para os órgãos físicos. Este corpo não interpenetra, nem envolve diretamente o corpo físico conforme seu similar - o Condensador etérico. Está sempre oblíquo à esquerda, numa variação de 7 a 49 centímetros do "corpo físico". É o que se desprende, de acordo com os estados do sono, transe, etc. 


5º Veículo - Elemento Vital: expressão absorvida ou de coesão manifesta.  Diz-se também como Prana, Jiva, Fluído ódico, Fluído-nervoso, Neurico irradiante, etc... 


6º Veículo - Condensador Etérico ou Corpo Astral Grosseiro: Estreitamente ligado ao corpo denso ou físico. É composto de átomos. Diz-se como Duplo Etérico também. É o catalsador essencial de energia-vida ou prana para o corpo físico. Este se decompõe tal qual é o denso. É pela atração do corpo-astral verdadeiro ou puro, devido à aquiescência consciente ou não do Espírit, neste condensador etérico, que se processam os fenômenos físicos da mediunidade. É ele que faculta a mecânica da incorporação propriamente dita... Este "morre e nasce", tantas vezes quanto um físico... 


7º Veículo - Corpo Denso ou Físico: Expressão constituída, concreta: composto de agragação de átomos e moléculas dos sólidos, líquidos e gasosos ou seja, de milhões e milhões de células..." 


No entanto, estes 7 veículos são expressões vitais e constituídas de 3 organismos (empregamos o temo organismo porque, sendo comum, é melhor assimilado pelos entendimentos): Mental, Astral e Físico, os quais são descritos no tópico "Os 3 Organismos Essenciais".

segunda-feira, 13 de maio de 2013

As 7 Lágrimas de Pai Preto!


 
 
Foi numa noite estranha aquela noite queda; estranhas vibrações afins penetravam meu Ser Mental e o faziam ansiado por algo, que pouco a pouco se fazia definir...

Era um quê desconhecido, mas sentia-o, como se estivesse em comunhão com a minha alma e externava a sensação de um silencioso pranto...

Quem do mundo Astral emocionava assim um pobre “eu”? Não o soube, até adormecer... E “sonhar”...

Assim, vi meu “duplo” transportar-se atraído por cânticos que falavam de Aruanda, Estrela Guia e Zambi; eram as vozes da SENHORA DA LUZ-VELADA, dessa UMBANDA DE TODOS NÓS que chamava seus filhos de fé...

E fui visitando Cabanas e Tendas, onde multidões desfilavam... Mas, surpreso ficava com aquela “visão“ que em cada uma eu “via”, invariavelmente, num canto, pitando, um triste Pai-preto, chorava.

De seus “olhos” molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei por que, contei-as... Foram sete. Na incontida vontade de saber, aproximei-me e interroguei-o: fala Pai-preto, diz a teu filho, por que externas assim uma tão visível dor?

E Ele, suave, respondeu: Estás vendo essa multidão que entra e sai? As lágrimas contadas, distribuídas estão a cada uma delas.

A primeira eu a dei a esses indiferentes que aqui vêm em busca de distração, na curiosidade de ver, bisbilhotar, para saírem ironizando daquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...

Outra, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um “milagre” que os façam “alcançar” aquilo que seus próprios merecimentos negam.

E mais outra foi para esses que crêem, porém, numa crença cega, escrava de seus interesses estreitos. São os que vivem eternamente tratando de “casos” nascentes um após outros...

E outras mais que distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a UMBANDA em busca de vingança desejam sempre prejudicar a um seu semelhante – eles pensam que nós, os Guias, somos veículos de suas mazelas, paixões, e temos obrigação de fazer o que pedem... Pobres almas, que das brumas ainda não saíram.

Assim, vai lembrando bem, a quinta lágrima foi diretamente aos frios e calculistas – não crêem, nem descrêem; sabem que existe uma força e procuram se beneficiar dela de qualquer forma. Cuida-se deles, não conhecem a palavra gratidão, negarão amanhã até que conheceram uma casa da Umbanda...

Chegam suaves, têm o riso e o elogio à flor dos lábios, são fáceis, muito fáceis; mas se olhares bem seus semblantes, verás escrito em letras claras: creio na tua Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o “meu caso”, ou me curarem “disso ou daquilo”...

A sexta lágrima eu dei aos fúteis que andam de Tenda e Tenda, não acreditam em nada, buscam apenas aconchegos e conchavos; seus olhos revelam um interesse diferente, sei bem o que eles buscam.

E a sétima, filho, notaste como foi grande e como deslizou pesada? Foi à ÚLTIMA LÁGRIMA, aquela que “vive” nos “olhos” de todos os Orixás; fiz doação dessa, aos vaidosos, cheios de empáfia, para que lavem suas máscaras e todos possam vê-los como realmente são...

“Cegos, guias de cegos”, andam se exibindo com a Banda, tal e qual mariposas em torno da luz; essa mesma LUZ que eles não conseguem VER, porque só visam à exteriorização de seus próprios “egos”...

“Olhai-os” bem, vede como suas fisionomias são turvas e desconfiadas; observai-os quando falam “doutrinando”; suas vozes são ocas, dizem tudo de “cor e salteado”, numa linguagem sem calor, cantando loas aos nossos Guias e Protetores, em conselhos e conceitos de caridade, essa mesma caridade que não fazem, aferrados ao conforto da matéria e à gula do vil metal. Eles não têm convicção.

Assim, filho meu, foi para esses todos que viste cair, uma a uma, AS SETE LÁGRIMAS DE PAI-PRETO!

 Então, com minha alma em pranto, tornei a perguntar: não tens mais nada a dizer, Pai-Preto? E, daquela “forma velha”, vi um véu caindo e num clarão intenso que ofuscava tanto, ouvi mais uma vez...

“Mando a luz da minha transfiguração para aqueles que esquecidos pensam que estão... ELES FORMAM A MAIOR DESSAS MULTIDÕES...”

São os humildes, os simples; estão na Umbanda pela Umbanda, na confiança pela razão... SÃO OS SEUS FILHOS DE FÉ.

São também os “aparelhos”, trabalhadores, silenciosos, cujas ferramentas se chamam DOM e FÉ, e cujos “salários” de cada noite... São pagos quase sempre com uma só moeda, que traduz o seu valor numa única palavra – a INGRATIDÃO... 

 

 

 

terça-feira, 23 de abril de 2013

Umbanda Esotérica!


 
UMBANDA ESOTÉRICA

SURGIMENTO DA UMBANDA

(Segundo a Umbanda Esotérica)

 

“Para melhor entendermos a Umbanda Esotérica se faz necessário tratarmos primeiramente sobre sua teoria do povoamento do planeta”.

Nos primórdios da Era Terciária do Cenozóico, em pleno Planalto Central Brasileiro, em meio a primatas e antropóides, surge à primeira humanidade, a Raça Vermelha,... Também conhecida por Tronco Tupy. Essa primeira raça, considerada um verdadeiro laboratório genético, foi chamada de Raça Pré Adâmica (1). (TRINDADE, 1994),

Na raça vermelha a Iniciação nos Mistérios ou Conhecimentos compreendia dois níveis, subdivididos em 7 graus. Do 1º ao 5º grau tínhamos os Mistérios ou Conhecimentos Menores e do 6º ao 7º tínhamos os Mistérios ou Conhecimentos Maiores. Os Iniciados nos Conhecimentos Maiores eram chamados de Tubaguaçus, condutores da Raça Vermelha.
Cabe ressaltar "que o próprio planeta, na época, era uno em seus aspectos geofísicos". (RIVAS NETO, 1999, Pág. 44) Ainda não havia ocorrido a cisão entre os continentes que então formavam um bloco único.

A forma humana mais aperfeiçoada ocorre na raça subseqüente, a Raça Adâmica. Nessa raça, juntamente com os "Filhos da terra", começam a encarnar os "Estrangeiros", provenientes de planetas da própria galáxia.

Os Espíritos Estrangeiros eram mais evoluídos e por isso ensinaram muitas coisas às tribos primitivas onde encarnaram, como a Língua Boa, polissilábica e eufônica, que obedecia a um metro sonoro divino, base de todas as línguas que seriam faladas na terra. Esta língua era chamada de Abanheenga.
Embora surgissem em território onde hoje fica o Brasil, essas raças migraram, para as demais regiões do globo.
Após a raça Adâmica surge a Terceira Raça raiz, a Raça Lemuriana (2) , também considerada de grande evolução moral. Cultuavam um Deus Único denominado TUPAN, e eram conhecedores do Mistério Solar, do Messias - O Cristo Cósmico. Nessa raça também ocorre à conscientização e aplicação das leis divinas chamadas naquele tempo de AUMBANDAN - O Conjunto das Leis Divinas.
 “A Raça Lemuriana dá lugar a Raça Atlante". (TRINDADE, 1994, Pág. 46) Com isto queremos dizer que esta teria tido um fim por motivos geológicos, passando a Raça Atlante a ser a raça predominante em número e em avanço no planeta. Porém alguns remanescentes lemurianos sobreviveram ao fim de seu continente, migrando para a África, Oceania e sul da Índia.
No final da raça Atlante a dinâmica reencarnatória dos Iniciados nos Mistérios Menores e do Tubaguaçus diminui vertiginosamente. Isso, somado ao fato de que começa haver a reencarnação de seres de baixa estirpe, que cultivavam desejos mesquinhos, tais como a vaidade, o egoísmo, a inveja e, principalmente, a prática de Magia Negra (3) , fez com que o padrão moral-vibratório decaísse, chegando a quase zero. Houve grandes guerras, levando ódio e sangue a lugares antes considerados sagrados. Devido a estes fatos, a Terra reage, tentando expulsar seus "marginais". Ocorrem grandes catástrofes, continentes inteiros afundam no mar enquanto outros surgem, ocorrem às cisões geológicas separando continentes, tal qual ocorre com os ideais dos homens, antes unidos e "agora" distanciados uns dos outros.
Antes de deixarem de reencarnar, o Tubaguaçus, prevendo a inversão dos valores morais e espirituais sentiram necessidade de ocultarem a Tradição do Saber, o Aumbandan, guardando-os em seus Grandes Templos Iniciáticos. Cunharam 78 placas de nefrita em alfabeto Abanheenga, as quais foram enterradas em território onde hoje fica o Brasil. Posteriormente os egípcios grafariam 78 placas de ouro contendo, de forma velada, a Tradição do Saber, embora esta Tradição já não tivesse mais a sua pureza primitiva. Esses conhecimentos velados receberam, então, o nome de Tarot e Kabalah, sendo desdobrada em duas formas (57 Arcanos Menores e 21 Arcanos Maiores) que, posteriormente Moisés transformaria em 56 Arcanos Menores e 22 Arcanos Maiores, supostamente porque seu alfabeto, o Hebraico, tinha 22 letras.
Voltando aos tempos de Atlântica, em meio à decadência em que esta se encontrava, houve a cisão do Tronco Tupy. Os remanescentes deste Tronco foram os Tupinambás e os tupis-guaranis. Os tupis-guaranis adulteraram a Tradição, deturpando-a e tornando-a cada vez mais distante de sua pureza original, enquanto que os Tupinambás a conservaram, dando lhe o nome de Tuyabaé-Cuaá. Os Tupinambás vieram a se instalar nas regiões sudeste e sul do Brasil, enquanto que os tupis-guaranis se instalaram nas demais regiões da América e posteriormente migraram para outras regiões. Essas migrações se deram, principalmente, pelo processo reencarnatório.
Os tupis-guaranis, apesar de terem deturpado completamente a Tradição Oculta, ainda apresentavam grande superioridade, levando evolução aos locais em que reencarnavam. Em suas migrações, atingiram o oriente, chegando à China, Tibete, Índia, influenciando o desenvolvimento dessas civilizações e também sendo influenciados por elas.
Essa miscigenação fez com que os tupis-guaranis pervertessem ainda mais a Tradição do Saber, o que levou os Tupinambás a reencarnarem no seio da África, entre os egípcios, que também eram remanescentes dos Atlantes, e lá se tornarem sacerdotes de Osíris e Ísis, influenciando toda a África, principalmente o povo Banto, que depois retornaria ao Brasil pelo processo escravagista. Foi através dos Tupinambás que foram grafadas as 78 placas de ouro no Egito, conforme já relatado.

 ”As reencarnações dos Tupinambás no Egito e também na Índia permitiram a fusão com os tupis-guaranis, que chegam a esses locais já recuperados e reintegrados a Lei”. 

Os povos africanos, assim como os índios brasileiros, são herdeiros da Tradição do Saber, o Aumbandan, mas, quando se dá o descobrimento do Brasil, as crenças destes povos já se achavam, novamente, deturpadas, permanecendo pouco do Conhecimento Oculto original.
Segundo a interpretação da Umbanda Esotérica, os portugueses, seguindo desígnios divinos, aqui aportaram para, sem o saber, unir novamente todas as raças, pois foi aqui que surgiu, pela primeira vez na terra, o Aumbandan. Utilizando-se dos poucos conceitos da Tradição que ainda havia entre os negros, brancos e índios e que ainda não haviam sido completamente deturpados, os Espíritos responsáveis pela restauração do Aumbandan foram, através de médiuns, alicerçando as bases do Movimento Umbandista, que numa primeira fase, visa abarcar o maior número de pessoas, no menor espaço de tempo possível, não selecionando valores.
Eis então que a Umbanda surge, não sendo o próprio Aumbandan, mas sim um movimento de restauração deste, e que busca evoluir até atingir esta meta. “Daí se explica o inicial sincretismo religioso, o posterior surgimento do culto de Umbanda Popular e em seguida o surgimento da Umbanda Esotérica que busca se aproximar, mais diretamente, da religião primitiva, da Tradição do Saber.”
 

1 A raça Pré-Adâmica foi, segundo esta teoria, a ancestral dos povos americanos. É chamada de Pré-Adâmica, pois se acredita que seja anterior a raça que, segundo as tradições bíblicas, pertenceu o homem chamado Adão. Nega-se assim o surgimento da humanidade através deste mesmo Adão.
2 A raça Lemuriana recebeu este nome, pois surgiu num antigo continente, tragado pelos oceanos, que se chamava Lemúria. Este continente ficava entre o que hoje conhecemos por África e Oceania. Foi esta raça a ancestral da raça negra.
3 Conhece-se por Magia Negra o uso do conhecimento das leis que regem o "Mundo Espiritual" para atender fins escusos, que beneficiem alguns em prejuízo de outros. Mais detalhes sobre o "mundo espiritual" são encontrados no Capítulo V desta obra. Nota do Autor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Umbanda Kardecista!


 
Umbanda Kardecista


Na Umbanda Kardecista ou linha branca de Umbanda, os adeptos se limitam a doutrinar espíritos que se encontram perturbando alguém. Para isto, ocupam o médium como receptáculo do sofredor, para este orientado e guiado no caminho da luz.

Os Guia-Caboclos, velhos e crianças se encarregam das consultas, passes, receitas de banhos de ervas etc., e dão conselhos, fazem palestras para os médiuns e para o publico baseados no livro dos médiuns, no livro dos espíritos e outros de origem kardecista. Mas veneram os Orixás, cultuam altares e imagens de origem católica e fazem grandes reuniões na praia, na mata, na cachoeira e ate em estádios de futebol (para fins políticos).
Em resumo:
Os adeptos da Umbanda Mística crêem e aguardam o milagre;
Os adeptos da Umbanda Esotérica estudam e procuram as forças mágicas para resolverem as questões de ordem material e espiritual;
Os adeptos da Umbanda Kardecista se limitam ao mundo espiritual, fazendo passes e doutrinando espíritos segundo os preceitos de kardec, para ganharem a luz espiritual e melhorarem seu carma em futuras encarnações.
Além disso, há os adeptos que misturam a Umbanda Mística, a Esotérica e a Kardecista.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Umbanda Popular!


 
UMBANDA POPULAR

SURGIMENTO DA UMBANDA

(História Popularmente Conhecida)

 

.........”“... No que se refere aos índios, sabemos que os portugueses quando chegaram ao Brasil encontraram uma grande multidão de nativos, depararam com uma das faces da alteridade. Estranhos aos olhos da Europa, da cor da pele às práticas rituais e dos costumes e dialetos ao panteão de deuses e espíritos, os índios encarnaram o demoníaco para a maior parte dos colonizadores. O demônio impregnado à pele dos índios e presente nos seus cultos tende a compor o imaginário do conquistador. Isso justifica a violência de um verdadeiro processo pedagógico que se expressa através do domínio e do genocídio de tribos indígenas. Um processo de extermínio de tribos, de nações indígenas inteiras, estava em marcha. Nessa época a Igreja Católica já sofria com as perdas de seus fiéis para as fileiras do protestantismo, e era alvo de críticas que denunciavam seus desvirtuamentos. Nesse contexto, converter, amansar os índios representava, também, uma forma de assegurar a influência das várias ordens religiosas na América. A igreja e a coroa dos colonizadores, a cruz e a espada, estavam mais interessadas nas riquezas das terras dos índios do que na salvação de suas almas. Seres de alma incerta, os índios se cristianizados, poderiam respeitar a autoridade sacralizada dos conquistadores europeus. O herético, o demoníaco marca o corpo e a alma dos gentios, dos não cristianizados na fé romana.
Hoje em dia pouco se conhece das crenças, dos rituais indígenas, quer porque muitas das nações sofreram o extermínio no primeiro momento da colonização, quer porque o ato civilizatório deixou marcas profundas na cultura dos sobreviventes. A natureza deificada constituía o eixo de toda a religiosidade dos grupos tribais.

 O pajé e o feiticeiro ou xamã eram os que tinham acesso ao mundo dos mortos e dos espíritos das florestas, e geralmente a eles competia realizar os rituais de cura de doenças, expulsar maus espíritos que se alojavam nos corpos das pessoas e a missão de desfazer feitiços mandados pelos inimigos. A ingestão de alimentos e bebidas fermentadas em muitos grupos tinha uma função ritual... O uso de instrumentos mágicos, chocalhos (maracás) e adornos feitos com penas de aves, eram indispensáveis para o cerimonial do pajé. A fumaça derivada da queima do fumo também assumia um papel ritualístico importante 

O índio cristianizado não abandona, porém integralmente suas crenças, seus rituais. Um processo de mestiçagem ganha dimensões de resistência, de sobrevivência possível dentro do contexto da colônia e do império. As divindades dos pagãos são associadas às santidades católicas. Divindades do cristianismo romano ganham traços das culturas tribais. "Os índios amansam os brancos", nos dizeres de José de Souza Martins.
No século XVII outras caras do diverso chegam aos portos brasileiros. Uma gente negra, alteridade a flor da pele, que afronta a barbárie da civilização moderna, européia, branca, masculina.
Dentre as tribos africanas de maior expressividade trazidas para o Brasil escravista destacam-se: os sudaneses que vieram da África Ocidental, dos territórios que compõem hoje a Nigéria, Benin e Togo. Estes povos aportaram principalmente na Bahia e em Pernambuco. São os povos jejes, nagôs, fanti-achantis, haussás, tapas, peuls, fulas e mandingas. Com exceção dos jejes, nagôs e fanti-achantis, os demais povos eram islamizados. Outro grupo, que exerceu grande influência na cultura brasileira é o povo banto. Eles vieram de regiões africanas, hoje Angola, Congo e Moçambique. Os bantos de maior destaque são os angolas, caçanjes e bengalas. Estes grupos espalharam-se por toda a região litorânea e pelo interior de Minas Gerais e Goiás.
A catequização de negros e índios foi uma das faces do sistema de diciplinamento próprio da escravidão. É todo um processo pedagógico que tem por cerne a resignação aos maus tratos, às humilhações. O uso de sistemas analógicos tinha por escopo criar um imaginário que identifica o sofrimento do escravo com o sofrimento de Cristo. A resignação e a obediência compõem o ideário da remissão dos pecados, da ascensão aos céus. Os negros ao serem batizados recebiam nomes católicos, em geral nomes bíblicos. Com esse passaporte, espécies de salvo-conduto, tinham direito a freqüentar missa, casar na igreja, mesmo sendo em lugares reservados, descriminados. São territórios símbolos do aparteit, do confinamento, de andanças do impuro, do podre dos humanos/inumanos. Assim como os indígenas, os negros recobrem suas divindades de epiderme branca, vestem de santo as Entidades negras. Os rituais afros são embalados pela monotonia das orações da Santa Madre Igreja.
No Brasil a magia da religiosidade afro sofria a repressão dos representantes da fé instituída, embora em outros momentos era objeto da benevolência das irmandades religiosas. Danças e batuques, misto de temor e encantamento, tinham uma tolerância homeopática. No plano da discussão oficiosa, eram consideradas como homenagem aos santos católicos em dialeto tribal. Havia também a justificativa, por trás dessa tolerância, de que, enquanto os escravos mantivessem vivas as suas tradições, manteriam também as rivalidades entre escravos vindos de nações inimigas na África, o que dificultaria a organização de rebeliões. Prova disso é que alguns negros eram utilizados como capitães-do-campo, como no caso dos mandingas que, sendo islâmicos se julgavam superiores aos demais povos politeístas.
Entretanto, a maioria das religiões trazida pelos escravos tinha aspectos mágicos, o que não era tolerado pela Igreja Católica. A religiosidade dos negros consistia na crença de que divindades incorporavam em seus filhos, os homens. Os sacerdotes, fazendo uso de ervas, amuletos, sacrifícios de animais e invocações secretas, podiam entrar em contato com os deuses, fazer curas, conhecer o futuro e mudar o destino das pessoas. Essas práticas eram associadas, no imaginário dos padres, a cultos demoníacos.

 Contudo, com o crescimento das cidades e o aumento do número de negros libertos, mulatos e escravos urbanos (que nelas circulavam com maior liberdade e autonomia em relação aos escravos das fazendas), as manifestações religiosas encontraram melhores condições para se desenvolverem As moradias dessa população... Tornaram-se ponto de encontro e de culto, relativamente resguardados da repressão policial. 

Com o declínio do poder dos Tribunais da Inquisição e por influências das idéias da Revolução Francesa, a Igreja deixa de persegui-los e após a Independência do Brasil, a constituição de 1824 garantiu liberdade de culto desde que não ostentasse símbolos nas fachadas, atitude esta que visava favorecer principalmente estrangeiros não católicos.
Essa miscigenação de crenças indígenas, africanas e católicas, deu origem a diversas formas de cultos mestiços que se espalharam por todo o país, praticados geralmente pelos grupos sociais mais pobres e excluídos da sociedade brasileira. Em outro momento histórico, vindo da Europa, surge outra visão sobre a vida e a morte, que muito contribuirá para a formação da Umbanda nos moldes popularmente conhecidos hoje: o Kardecismo.
O Espiritismo Kardecista surgiu na França em meados do século XIX, através Allan Kardec, (pseudônimo de Léon Hippolyte Denizart Rivail) cientista que buscava sustentar esta doutrina em bases científicas e filosóficas segundo seu ideário, atribuindo esta mesma doutrina aos espíritos de pessoas desencarnadas.
Kardec buscou aplicar seu raciocínio científico as questões espirituais, aos fenômenos considerados mágicos, contrapondo-se aos objetos de estudo dos cientistas de sua época e ainda dos atuais.
Para o antropólogo James Frazer, a magia está na origem da ciência moderna, porém, o antropólogo Lévi-Strauss se recusa a reduzir a magia a uma forma rudimentar de ciência.

 Para ele [Lévi-Strauss], magia e ciência não são tipos de pensamentos que se opõem, nem a primeira é um esboço da segunda. São dois sistemas de pensamentos articulados e independentes, semelhantes quanto ao tipo de operações mentais que exigem, mas diferentes quanto ao tipo de fenômenos a que se aplicam. 

Porém, Kardec, contrariando o que mais tarde diria Lévi-Strauss, tenta trazer à lógica científica a análise de fenômenos, até então, só especulados nos meios ditos mágicos.
Podemos relacionar as principais teorias defendidas por Allan Kardec da seguinte forma:


· “Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos”.
· O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.
· O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.
· Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material, perecível cuja destruição pela morte lhe restitui a liberdade.
· A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.
· Há no homem três coisas: 1º, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo, e 3º, o laço que prende a alma ao corpo, "princípio intermediário entre a matéria e o Espírito".
· Têm assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos.
· O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de invólucro semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições.
· O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. É um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato.
· Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos. Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho etc. Comprazem-se no mal. Há também, entre os inferiores, os que não são nem muito bons nem muito maus, antes perturbadores e enredadores, do que perversos. A malícia e as inconseqüências parecem ser o que neles predomina. São os Espíritos estúrdios e levianos.
· Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta melhora se efetua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral.
· Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para passar por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece em estado de Espírito errante.
· Tendo o Espírito passado por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na terra, quer em outros mundos.
· As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à perfeição.
· Na sua volta ao mundo dos Espíritos, a alma encontra todos aqueles que conheceram na Terra, e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a lembrança de todo bem e todo mal que fez.
· O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria, o homem que vence esta influência, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos, em cuja companhia um dia estará. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, dando preponderância à sua natureza animal.
· Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do universo.
· Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita, estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo. É toda uma população invisível, a mover-se em torno de nós.
· Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo.
· As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal; é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles.
· As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meia da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumento.
· Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que a compõem, de se instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos. “Longe de se obterem bons conselhos, ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao erro”. (KARDEC, 1977, Introdução - Parte IV)

Segundo essa leitura, Deus é único, onipotente, onisciente e onipresente e utiliza seus filhos mais elevados, os Espíritos perfeitos ou que estão mais próximos da perfeição, para levar os seus desígnios aos filhos menos elevados. Os Espíritos elevados também podem realizar curas e orientar os consulentes em suas decisões, através de médiuns, indicando-lhes o melhor a fazer.
O Espiritismo Kardecista também acredita auxiliar, através de esclarecimentos e doutrinações evangélicas, os espíritos sofredores, pessoas que durante sua encarnação não se pautaram pelas boas ações e que, no mundo espiritual, sofrem os efeitos de seus atos através de expiações diversas. É possível doutrinar, amansar os espíritos perversos, que praticam a maldade mesmo depois da morte do "corpo físico", através de más influências sobre os que ainda estão encarnados.
Essa leitura sobre as questões fundamentais da humanidade teve pouca aceitação na Europa. Já no Brasil foi mais aceita logo depois de seu surgimento, por pessoas das categorias médias da população. A partir de certo momento passará servir de mediador para a constituição da Umbanda
Segundo algumas interpretações (1), alguns espíritos que costumavam manifestar-se em cultos afros começaram então a aparecer em sessões kardecistas, ocorrendo também o inverso. Para ilustrar como se dá este fato, vejamos a história de um dos mais conhecidos terreiros de Umbanda do Rio de Janeiro, o Centro Espírita Nossa Senhora da Piedade.
Fundado em meados da década de 1920 em Niterói, posteriormente se transferindo para o Rio de Janeiro onde se localiza até hoje, teve como principal fundador Zélio de Moraes, que juntamente com um grupo de Kardecistas insatisfeitos.

 [...] empreenderam visitas a diversos centros de "macumba" localizados nas favelas aos arredores do Rio e de Niterói. Eles passaram a preferir os espíritos e divindades africanas e indígenas presentes na "macumba", considerando-os mais competentes do que os altamente evoluídos espíritos kardecistas na cura e no tratamento de uma gama muito ampla de doenças e outros problemas. Eles achavam os rituais de "macumba" muito mais estimulantes e dramáticos do que os do kardecismo, que comparados aos primeiros lhes pareciam estáticos e insípidos 

Por outro lado consideravam bárbaros na macumba os sacrifícios de animais, as bebedeiras, a presença de espíritos diabólicos e a exploração econômica dos clientes.
Centros de Umbanda, como o Nossa Senhora da Piedade, preservaram a concepção kardecista do carma (lei de ação e reação) e da evolução espiritual. No entanto, deram ênfase a espíritos africanos e indígenas, representados principalmente pelos ditos preto-velhos e caboclos, considerados pelos kardecistas da época como atrasados. Em relação às bebidas alcoólicas, fumo e pólvora, quando se fazia necessário o seu uso, explicavam-os cientificamente segundo o discurso racional dos kardecistas.

 No caso da bebida alcoólica, seu uso era justificado argumentando-se que esta tinha uma ação e vibração anestésica e fluídica devido a sua evaporação, o que propiciava as descargas (limpeza) das pessoas ou objetos impregnados de fluidos pesados ou negativos. No caso da fumaça do fumo ou dos incensos, explica-se que, sendo esta um gás, poderia destruir um fluido mau ou nocivo presente num ambiente, substituindo-o por outro fluido, bom e favorável. A explosão da pólvora, por sua vez, ao propiciar a deslocação de ar, atingia os espíritos perturbadores, que então se afastavam 

É importante ressaltar que estas explicações não se estendem a todos os Terreiros, visto não haver uniformidade de culto na Umbanda, uma vez que, de acordo com as origens e número de africanos, de indígenas e de brancos em cada região do país, encontraremos uma ampla variação de cultos mistos como: Batuque, Xangô, Tambor de Mina, Cabula, Candomblé, Candomblé de Angola, Candomblé de Caboclo, Macumba, Catimbó, Pajelança, Mesa de Cura, etc. Após as giras de Umbanda ficarem famosas e visivelmente melhor aceitas pela população em geral do que os demais cultos afro-brasileiros, muitos praticantes destes cultos passaram a usar a denominação de Umbandistas e seus locais de culto passaram a ser chamados de Terreiros de Umbanda. Porém, este processo de adesão ao título de Umbandista nem sempre foi acompanhado pela adesão às práticas, mesmo porque não existe uma definição comum de onde estas começam e onde terminam. É provável que a Umbanda não se tenha formado a partir de um único terreiro irradiador, o que fez com que cada novo "terreiro" criasse um culto a sua maneira, embora, em suas bases, fossem semelhantes.
Entre a diversidade de formas de cultos que, então, vinham surgindo na Umbanda, encontramos um novo segmento, praticado por pouquíssimos terreiros, que trata a Umbanda como magia universal (2) e apresenta a sua origem como uma religião mais antiga que os próprios cultos africanos, nascida nos lendários continentes perdidos da Atlântica e da Lemúria; a Umbanda Esotérica."

 

segunda-feira, 18 de março de 2013


 
Dogmas do Aumbhamdam

1º Postulado: Diz respeito a Deus-Uno.

Cremos na eterna existência do Deus-Uno, como o Supremo Espírito de absoluta perfeição, incriado e indivisível. Sendo o único Ser de suprema consciência operante, porque tudo sabe, domina e dirige: a eternidade do tempo, o espaço cósmico, a substância etérica (a energia, a matéria etc.), a nós mesmos (espíritos encarnados e desencarnados) e a razão real do "ser ou não ser" dos princípios, causas e efeitos.

 

2º Postulado:Diz respeito à origem e criação dos Espíritos.

Cremos que os Seres Espirituais, encarnados e desencarnados, quer no planeta Terra ou em qualquer sistema planetário do Universo Astral, são de natureza vibratória não estando sujeitos a nenhuma espécie de associação ou desassociação e habitam o espaço cósmico.

Cremos que os espíritos são incriados, porque a origem da natureza vibratória de cada um se perde no infinito dos tempos. Somente quem sabe a razão de sua real origem é Deus-Uno.

Cremos que os espíritos têm como potência intrínseca atributos essenciais como consciência, inteligência, volição, sentimentos, etc. Assim, os espíritos se revelam e expandem de forma independente, por suas afinidades virginais e livre-arbítrio. Em suma, são igualmente únicos e sujeitos de aperfeiçoamento moral.

Observação: Entendemos como livre-arbítrio a percepção consciente, próprio do Espírito, no qual pode expandir suas afinidades virginais, ou as vibrações volitivas de sua natureza.

 

3º Postulado: Diz respeito à Matéria.

Cremos que existe uma substância etérica, invisível, impalpável, própria do Universo Astral, como básica, fundamental, fonte geradora das transformações e condensações incalculáveis. Essa substância é pré-existente, co-eterna do Espaço Cósmico, pois existe dentro dele. Sua origem real é domínio absoluto de Deus-Uno.

Cremos, portanto, que Deus-Pai dinamizou a substância etérica, coordenando sua lei natural e moto próprio a fim de que ela produzisse os elementos essenciais a formação da matéria cósmica indiferenciada formadora dos mundos.





4º Postulado: Diz respeito ao Espaço Cósmico.
Cremos que o chamado Espaço Cósmico é o todo, que para nossa compreensão, dividi-se em duas partes: a primeira, principal, é o vazio-neutro infinito, ilimitado, indefinido na realidade de sua natureza, denominado de "Universo Causal"; e o segundo é o local sutil onde a substância etérica foi potencializada por Deus-Pai a fim de produzir o fenômeno da criação dos mundos, denominado "Universo Astral", que é finito, limitado e definido na realidade da natureza, que está sobreposto ao universo conhecido, o universo físico.
 


5º Postulado: Diz respeito ao Karma-Causal.
Cremos na existência de uma via de Ascensão Original, isto é, a primeira via de evolução dos Espíritos realizado dentro do Espaço Cósmico, própria do Karma-Causal. Essa via de evolução é infinita. Como Karma-Causal admitimos ser a Lei básica, fundamental, estabelecida pelo Poder Supremo a fim de regular e educar os estados consciencionais dos Seres Espirituais, em relação direta com o uso do livre-arbítrio.
 


6º Postulado: Diz respeito à origem do sexo dos Espíritos.
Cremos que a origem do sexo está na própria natureza vibratória dos Seres Espirituais e correspondem às afinidades virginais de cada espírito. Essas afinidades imprimem sobre a substância etérica os atributos que definem e caracterizam aquilo que é o Eterno Masculino e aquilo que é o Eterno Feminino.
Assim, cremos ser enganosa a hipótese de reencarnações de espíritos ora como homem, ora como mulher, pois a questão do sexo está definida desde a origem no espírito no Universo astral.


Entretanto, consideramos possível a reencarnação em sexo diferente da natureza vibratória inicial, tão somente os casos excepcionais provocados por desvios morais ou psíquicos, os quais serão reintegrados a vibração afim no decorrer da evolução espiritual.
 
 
 
 


7º Postulado: Diz respeito a Evolução do Espírito.
Cremos que a evolução dos seres espirituais pela via da reencarnação se dá de três formas distintas:
a. Espontânea – quando os seres espirituais têm "passe livre", sujeitos apenas ao critério da vagas, dentro de certa seleção de fatores morais. Nesta condição encontram-se a maioria dos espíritos encarnados;
b. Disciplinar – nessa condição situam-se aqueles seres altamente endividados, conscientes e repetentes das mesmas infrações. Como não têm "passe livre" para reencarnarem, enquadram-se no âmbito de uma coordenação disciplinar especial. Tanto que muitos não querem aceitar essa disciplina, rebelando-se e utilizando-se de ardis para não reencarnar na forma humana da condição de reajustamento;
c. Sacrificial – podemos classificar nessa situação a minoria dos seres espirituais, pois já evoluíram, estão isentos de provação individual pela via humana (isto é, livre das reencarnações). Identificamos esses espíritos como missionários que executam duras tarefas, escolhidas livremente, dentro da tônica fraternal elevada que lhes é própria. Obedece tão somente a linha de amor e caridade ao próximo.
 


8º Postulado:Diz respeito ao porquê de estarmos aqui.
Temos a obrigação de sermos felizes, não temendo, e sim amando a Deus e a todos os demais, que participam, direta ou indiretamente, de nossa jornada.

segunda-feira, 4 de março de 2013

W.W da Matta & Silva


 
Woodrow Wilson da Matta e Silva nasceu em Garanhuns, Pernambuco, em 28 de julho de 1917. Veio pra o Rio de Janeiro aos 5 anos de idade. Entre 12 e 13 anos passou a viver fenômenos pré-mediunicos (visões). Sua primeira manifestação mediúnica ocorreu aos 16 anos com a incorporação de Pai Cândido. Nessa época, era auxiliar de redação de um periódico carioca e morava no centro do Rio de Janeiro, numa república perto da Light.

     Todas as quintas-feiras realizava pequenas sessões, junto de Pai Cândido, para atender a comunidade da república. Muitas vezes fazia programas para quinta-feira, porém Pai Cândido se manifestava mostrando ao médium a sua tarefa para com o ser humano, que aguardava a quinta-feira para ser atendido.

     Aos 17 anos começou a visitar vários terreiros de Umbanda em busca de um lugar para trabalhar. Pai Cândido, no entanto, pedia paciência e lhe dizia que iria ter o seu próprio terreiro.

     Aos 21 anos foi morar na Pavuna onde montou seu primeiro Terreiro (pequenino como sempre). A partir de 1954, Pai Guiné começa a direcionar sua vida mediúnica. Nessa época, recebe desse “Preto-velho” a mensagem “Sete Lágrimas de Pai Preto”, que seria um dos marcos da renovação da Doutrina Umbandista.

Mostra a realidade do dia-a-dia de um Terreiro e as diferentes consciências que a ele vão, em busca de auxilio espiritual.

     Nesse ano passou a escrever para o Jornal de Umbanda (já citado anteriormente) localizado à Rua Acre, 47 – 6º andar – sala 608.

     Iniciou também a obra que viria a transformar as coisas da Umbanda de todos Nós. Nessa época teve várias visões mediúnicas (transes) em que se via um Velho Payé que folheava um grande livro e junto dele, um Colegiado de Mentores Espirituais que discutiam da oportunidade do lançamento do livro. Decidiu-se então, que o momento era chegado e, em 1956, essa portentosa obra era trazida a público.

     Umbanda de Todos Nós foi lançada em edição paga pelo próprio autor, através da Gráfica e editora esperanto, a qual se situava na época, à Rua General Argolo, 130, Rio de Janeiro. A primeira edição saiu com 3.5000 exemplares e rapidamente se esgotou. A partir da segunda edição a obra foi lançada pela Livraria Freitas Bastos, a mesma que até hoje reedita suas obras.

     Umbanda de Todos Nós agradou a milhares de umbandistas, que nela encontraram os reais fundamentos em que se poderiam escudar, mormente nos aspectos mais puros da Doutrina Umbandista. Por outro lado, este livro incomodou muita gente encarnada e desencarnada ligada ao baixo astral, principalmente os pseudo-líderes umbandistas daquela época e de todas as épocas, interessados na venda de ilusões e outras coisas.

     O combate incessante sobre a obra serviu apenas para promovê-la. Esse fato desencadeou a fúria dos seus inimigos que passaram a atacar Matta & Silva através de baixa magia. Nessa luta astral, as Sombras e as Trevas utilizou-se de todos os meios agressivos e contundentes que possuíam, arrebanhando para suas fileiras de ódio e discórdia tudo o que de mais nefando e trevoso encontrassem, quer fosse encarnado ou desencarnado.

     Essa perseguição atingiu sua esposa e seus filhos Ubiratan e Eluá. Muitas vezes sentiu-se balançar. Mas não caiu. A maioria de seus perseguidores recebeu segundo a Lei... Esses fatos causaram muita decepção ao Mestre, que recebeu permissão do astral para um pequeno recesso afim de restabelecer suas forças.

     Várias vezes o Mestre comentou que só não tombou porque Oxalá não quis... Após o recesso, o Pai guiné assumiu toda a responsabilidade pela manutenção e reequilibrio astrofísico de seu Filho, para logo orientá-lo na escrita de mais um livro. Através da Editora Esperanto lançou umbanda – Sua Eterna Doutrina, que aborda conceitos esotéricos e metafísicos nunca expostos. Esta obra agradou em cheio aos estudiosos e intelectuais, porém passou um pouco desapercebida pela grande massa umbandista da época, inclusive aos seus “lideres”.

     Para complementar e ampliar os conceitos tratados em Sua Eterna Doutrina, Matta e Silva lançou, pouco tempo depois, a obra Doutrina Secreta da Umbanda que também agradou a milhares de umbandistas.

     Apesar de suas obras serem lidas e estudadas pelos adeptos e estudiosos do Ocultismo, seu Santuário em Itacuruçá era freqüentado pelos simples e humildes que nem desconfiavam ser o Velho Matta um escritor de renome no meio umbandista.

     Em seu santuário junto à natureza, Matta e Silva escreveu outra de suas importantes obras chamada: Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto-Velho, obra mediúnica que apresenta um diálogo edificante entre um Filho-de-Fé, Cícero (Cícero Faria de Castro, médico e estudioso) e a Entidade espiritual que se diz Preto-velho (Pai Guiné). Esta obra apresenta uma maior facilidade de entendimento para grande parte dos umbandistas.

     A Choupana do Velho Guiné, em Itacurussá estava lotada quase todos os dias. Lá eram atendidas pessoas de Itacuruçá e das mais longínquas regiões do Brasil. Lá, os dramas do ser humano eram tratados á Luz da Razão e da Caridade. Durante 10 anos o Velho Matta atendeu pessoas da região e das ilhas próximas, ministrando remédios da flora local e alopatias simples que ele mesmo comprava quando ia á cidade do Rio de Janeiro.

     Seguindo sua tarefa missionária, Matta e Silva escreveu sua quinta obra com o título de: Mistérios e Práticas da Lei de Umbanda que relata de forma simples e objetiva as raízes míticas da Umbanda, aprofundando-se no sincretismo dos Cultos Afro-Brasileiros. Em seguida surge à sexta obra chamada Segredos da Magia da Umbanda e Quimbanda que aborda a magia Etéreo-Física e revela de maneira simples e prática determinados rituais seletos da Magia de Umbanda.

     Sua sétima obra, Umbanda e o Poder da Mediunidade explicam como e porque ressurgiu a Umbanda no Brasil, mostrando as verdadeiras origens da Umbanda. Explica ainda, ângulos importantíssimos da Magia.

     Muitos pedidos dos simpatizantes e adeptos de suas obras fizeram com quem Matta e Silva lançasse em 1969, o livro que sintetizava e simplificava os sete anteriores. Esse livro recebeu o nome de: Umbanda do Brasil e esgotou-se em seis meses. Em 1975, o Grande Mestre lançava sua última obra com o nome de Macumbas e Candomblés na Umbanda. Esse livro registra as vivências místicas e religiosas dos chamados Cultos Afro-Brasileiros, mostrando os graus consencionais dos adeptos e praticantes dos vários níveis da Umbanda Popular.

     Para facilitar o estudo de suas obras, Matta e Silva as classificou da seguinte maneira:

1º grau – Mistérios e Práticas da Lei de Umbanda;

2º grau – Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto-Velho;

3º grau – Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda;

4º grau – Umbanda e o Poder da Mediunidade;

5º e 6º graus – Umbanda de Todos Nós;

7º grau – Sua Eterna Doutrina e Doutrina Secreta da Umbanda.

     Segundo a Sagrada Corrente Astral da Umbanda, seus livros levarão mais de 50 anos para serem completamente assimilados e colocados em prática. As obras de Matta e Silva preparam, ajustam e apontam para a Umbanda do 3º milênio.

     Segundo alguns relatos conta que ele era muito humano e totalmente avesso ao endeusamento e a mistificação de sua pessoa. Era muito sensível e de personalidade firme, acostumado que estava a enfrentar os embates da própria vida... Era inteligentíssimo! Tinha os sentidos aguçadíssimos...Mas era um profundo solitário, apesar de cercarem-no centenas de pessoas. Seu Espírito voava, interpenetrando em causas o motivo das dores, sofrimentos e mazelas várias...

     A todos tinha uma palavra amiga e individualizada. Não tratava casos, tratava Almas... e, como tal, tinha para cada pessoa uma forma de agir, segundo o seu grau consciencional próprio! 

     Sua cultura era exuberante, mas sem perder a simplicidade e originalidade. De tudo falava, era atualizadíssimo nos mínimos detalhes... Discutia ciência, política, filosofia, arte, ciências sociais, com tal naturalidade que parecia ser Mestre em cada disciplina. E era!...

     No mediunismo era portentoso.. Seu pequeno copo da vidência, parecia uma televisão tridimensional. Em conjunto simbiótico. Com Pai guiné ou Caboclo Jurema, trazia-nos mensagens relevantes e reveladoras, além de certos fenômenos mágicos. Seu santuário denominava-se TENDA DE UMBANDA ORIENTAL (T.U.O.) verdadeira Escola de Iniciação de Umbanda Esotérica de Itacurussá, na Rua Boa Vista, 177 no bairro Brasilinha.

     Itacurussá significa “A TERRA DA PEDRA DA CRUZ SAGRADA”, e neste local privilegiado pela natureza, se localiza a Tenda de Umbanda Oriental em humilde prédio de 50 m2. Sua construção, simples e pobre, era limpa e rica em assistência astral. Era a verdadeira Tenda dos Orixás.

     Durante 50 anos de mediunidade, Matta e Silva nunca se curvou aos ataques dos encarnados e desencarnados do baixo astral. Sua palavra e sua pena foram armas fiéis defensoras da verdadeira Umbanda. Com elas (verdadeiros chicotes) vergastou o vigarismo organizado, os vendedores do “conto do orixá”, os vaidosos mistificadores e os fanáticos que proliferam no meio umbandista.

    O “Velho Matta” desencarnou em 17 abril de 1988, em Jacarepaguá. Durante 25 anos visitou mais de 600 Terreiros para poder relatar, em suas obras, o que se passava no seio do Movimento Umbandista. Trouxe à Luz a Umbanda Esotérica que, infelizmente, é praticada na atualidade por poucos Terreiros, mas que, segundo o Astral Superior, se instalará definitivamente no meio umbandista a partir deste milênio.

     Do astral ou encarnado, Matta e Silva continuará a sua grandiosa tarefa em prol do ressurgimento do AUMBANDAM.   

     Amigos, se você pensa que a Umbanda de verdade é essa manifestação ruidosa da massa, que grita, baba, bebe, berra e se contorce de charutão e cigarro de palha na boca, ao som ensurdecedor dos atabaques (ótimos veículos para estimular o animismo vicioso), não leia as obras de Matta e Silva porque sua decepção será muito grande. Porém, se o grau consciencional lhe permite ver adiante e saber que a verdadeira Umbanda está acima de tudo isso, chegou o momento de adquirir as obras do “Velho e Sábio Mestre’ e começar a levantar os véus da SENHORA DA LUZ VELADA”.

     Apesar de não nos termos encontrado na presente encarnação, agradeço ao Astral por ter permitido que eu conhecesse as suas obras e o seu filho Jairo Nilton Pinto de Souza. Espero ser um digno divulgador dos vossos portentosos conhecimentos.

 

     SARAVÁ, AVÔ MATTA!